segunda-feira, dezembro 18, 2006

Expie-se primeiro os pecados e só no fim vote-se aos prazeres.

Acaso ainda nao tenha sido dito o dito, pois que se atente ao modo bem estóico de se justificar esta necessidade imperativa de hedonismo e, pelo caminho, se escreva o meu nome em letra definida e itálica por baixo, se houver tempo, com epítetos elevados e a condizer. Pois bem, que de ditos apenas nao se faz um homem, faz-se de actos e de agir segundo os ditos. Assim seja.

Expie-se primeiro os pecados: lamento de maos entrelacadas e joelhos em ferida a escassez de missivas que nos últimos tempos por aqui tenho deixado, mas o avultado volume de trabalho nao mo permitiu actualizar antes esta desinteressante forma de vida que é a minha. Trabalho encerra dentro, exames e visitas, mas destas fala-se a seguir porque pertencem ao capítulo dos prazeres.

Só no fim vote-se aos prazeres: deixe entao que se fale dos melhores 5 dias que aqui tive em Praga. Foi preciso virem quatro portuguesas ainda com o cheiro a mar e o sol na boca para degelar e fazer escapar gargalhadas por esta tao glacial maneira de existir levante. Escrevo sobre aquilo que nao se escreve, sobre a singularidade dos momentos que vivemos juntos, o tempo corria e nós nao pedíamos mais do que ser felizes para sempre, assim, como o estávamos a ser. Nao há palavras para descrever o arrepio cortante que eu (e o Zé certamente) sentíamos ao ver que alguém saía pela Porta das Chegadas do Aeroporto e podiam ser elas. E finalmente vě-las entrar, o riso inimitável da Mariana ao ler os cartazes que fizemos para a recepcao, os saltos e os abracos. Há coisas que nunca se pensa vir a sentir até ao ponto em que o que é de mais nosso que é a nossa língua, a nossa cultura e os nossos amigos nos falta e por instantes nos torna a pertencer. Nao que 3 ou 6 meses sejam suficientes para mudar assim tanta coisa, mas é bonito ver que o que é de mais essencial em nós pouco ou nada mudou, ou que pelo menos evoluiu na mesma direccao, que ainda nos rimos das mesmas coisas e somos sensíveis á mesma beleza. Foram 5 dias etéreos e mesmo o facto de a Luísa e a Renata terem sido assaltadas nao quebrou o que de bom até aí se tinha vivido nem condicionou a excepcionalidade dos momentos que se seguiram; e num exemplo de pragmatismo a Luísa ainda criou uma bela coleccao de novas piadas. Em inglěs, e tudo! Superior...

Foi, pois, com saudade que esta semana acabou, mas é também com orgulho que oico aqueles que nos acompanharam por cá, dizer que lhes trouxemos algo de único, a alegria evidente de rever os amigos, o prazer simples de beber e cantar, a maneira exemplar de enfrentar os problemas a sorrir.

Com amor.
miguel palma


Num café colombiano junto ao rio.

No U Vystřelenyho Oka.



Ainda no Oka, a cantar desde as 8 da noite...

Mais um artigo gentilmente cedido por privados que luz de momento na nossa cozinha.

Uma bela duma jantarada lá por casa.

Charme e Seducao.

Nós e o emplastro.

A minha favorita.

Charme e Seducao (Parte II).

A noite de todas as noites, com direito a pianada e tudo...

Ás 6 da manha, no parque infantil de um KFC.

Bem perto do Adeus.

[As fotos sao ainda assim pouco representativas do que se passou por cá. Prometo que assim que tenha outras em minha posse, as postarei... com prazer]