segunda-feira, outubro 30, 2006

Die häufigste Sätze in Deutsch für ein portugiese Erasmus Student dass nicht gut Deutsch sprechen kann

Em primeiro lugar, não traduzi o título porque não havia espaço para a tradução. Estava para traduzir aqui, mas não... Vejam num dicionário, assim percebem melhor como eu me tenho sentido...

Ich habe nicht verstanden. - Não percebi.
Esta frase, por razões óbvias, foi a mais utilizada por mim nestas 4 semanas. Pronuncio-a na perfeição, às vezes tão bem que basta a expressão facial para o interlocutor perceber o que eu quero dizer...

Ich habe nichts verstanden. - Não percebi nada.
Em situações mais dramáticas uma letrinha pode fazer a diferença e levar o interlocutor, já em desespero, a falar inglês...

Kannst du wiederholen?/Können Sie wiederholen, bitte? - Podes repetir?/Pode repetir, por favor?

Können Sie in Englisch sprechen, bitte? - [já devem ter percebido, mas eu traduzo à mesma] Pode falar em inglês, por favor?
Já não uso tanto esta frase como no início, agora só mesmo para tratar de assuntos importantes.

Ich bin ein Erasmus Student und ich kann nicht gut Deutsch sprechen, aber ich kann versuchen. - Eu sou um estudante Erasmus e não sei falar bem alemão, mas posso tentar. (Sim, eu sei que esta tradução traduz também grande parte do título.)
A parte do "posso tentar" foi a minha perdição no exame prático de 6ª feira, assim tive de explicar tudo o que fazia em alemão. Mas também não foi assim tão mau, o exame era muito fácil, desenrasquei-me, aparte uns mal-entendidos (como a parte da fundoscopia a um boneco, em que eu só percebi que era suposto ver-se alguma coisa a meio minuto do fim)...

Wie geht's? - Como estás?

Tschüs/Auf wiedersehen - Esta nem traduzo...

Danke schön - Muito obrigado
Estou sempre a precisar de ajuda, e as pessoas não ma têm negado. Têm sido muito simpáticos, estes alemães...

Genau/Natürlich - Exacto/Naturalmente
Estas palavras têm sido muito úteis quando eu não percebo nada para além de que a informação não é importante. Assim, digo as palavras mágicas, o meu interlocutor fica contente, pensa que eu percebi tudo e eu fico livre de passar uma seca a acenar com a cabeça e a fingir que percebi.

Ich heisse João. - Esta aqui também nem vou traduzir...
A verdade é que aqui o João raramente tem til, eu tanto me chamo João (para o Danicha e-surpresa-para os polacos), como Joau (para quase todos), como Juan (para os espanhóis, claro) e até Joã (não associo a uma nacionalidade, mas já ouvi por aí). Começo a desistir de corrigir, acho que vou tentar HB...

Ich komme aus Coimbra, in Portugal. [Esta última parte depende da reacção do interlocutor] Kennst du Coimbra? - Venho de Coimbra, em Portugal. Conheces Coimbra?
Para minha surpresa, há muitas pessoas que conhecem Coimbra: ou já lá estiveram, ou conhecem alguém que já esteve, ou sabem que tem uma universidade antiga, ou não sabem nada, mas ouviram o nome. A resposta de que eu menos gostei foi a de um chinês, que não percebia a maneira como eu dizia Portugal, até que eu, contrariado, lá lhe disse que era ao pé de Espanha, e ele: "Ah! Pôrtgal! [ou algo semelhante a isto] Figo, C. Ronaldo, I like them!" Como é óbvio, senti-me logo muito identificado com ele...

Wie viel kostet das? - Quanto é que isso custa?
Obviamente muito importante, ainda por cima aqui na Alemanha, em que há sempre promoções e preços especiais, é preciso estar atento.

Gehen wir nach StuSie Bar? - Vamos ao StuSie Bar?
O StuSie Bar é o bar da residência. Esta frase digo-a muito mais em inglês do que em alemão, mas acho que ainda merece entrar nesta lista.


E pronto, cheguei ao fim com o "top 13" das expressões mais utilizadas neste mês. Quero só avisar que elas não estão necessariamente ordenadas por frequência de utilização, embora, sem dúvida, a mais frequente seja mesmo Ich habe nicht verstanden.

Viel Spass!

João

sexta-feira, outubro 27, 2006

Bologna

Tiv ontem acesso ao blog pla primeira vez e ja ca tou a deixar umas palavras.ja tinha sido ontm nao fosse a mulher da biblioiteca me ter tirado o rato da mao e me ter desligado o comp pq ja passava das 22.
ja tou ca ha 7 semanas. como sempre a primeira semana "fa scifo".fui mm ma.arranjar casa e um suplicio para mais em Bologna em que sao as pessoas de casa que te miram de alto a baixo e te dizem passaado alguns dias se foste o nao "o escolhido" para a casa.
enfim la apareceu uma casa caida do ceu, barata,perto do centro e do hospital,com 3 italiano porreiros e agarrei logo.a adaptacao nao custou mm nada.
agora ja tou super integrado,ja viagei mts Km,conheci mtas pessoas,mts italianos e tou contente por dizer pcs naos e mts sins a todos que conheco.
Bologna e mm a cidade ideal pa Erasmus,temos desconto em tudo.Nos bares temos sempre happy hour(nao e so aquela misera hora) e ha um bar que uma hora por semana da "birra" gratis a todos os Erasmus, bares exclusivamente pra festas Erasmus...
Estou a aprender tanto e a divertir-me imenso,msa nem os "tirocini" (aulas praticas) que comecaram esta semana me tiram de farra.
Ontm comecou a Latada com a serenata, fiquei fulo com os gajos da "Wind"(operadora do telemovel) quis fonar pa ouvir um pc da serenata e ninguem tnha rede. vou por-lhes um processo.
apesar de ser a univ mais velha do mundo,nao tem tradicoes de festas estudantis, mas nos encarregamos-nos de nunca deixar envelhecer o espirito desta cidade belissima que me abracou.
e pra quem dizia que nao havia aqui rio, esperem pra vos mostrar as fotos do rio que passa por baixo de Bologna, ja o vi entre duas casas atraves de um portao.qq dia meto fotos
Abraco Erasmico pra todos e espero que estejam tao bem e a aprender tanto como eu

terça-feira, outubro 24, 2006

Bad Taste Party

Na festa do mau-gosto, houve muito mau-gosto. Houve até piadas de muito mau-gosto. Como a polaca que me disse que eu de facto tinha conseguido descobrir uns sapatos de muito mau-gosto para a festa do mau-gosto. Nao, nao sao de mau-gosto. Sao mesmo os meus sapatos...













O Flato

Sejam bem-vindos ao "Flato", essa adaptacao livre do termo "flat", numa gracola muito muito brejeiro-lusitana em que se alude ao real modo do dizer flatulěncia. A propósito de maus odores, ocorre-me informar-vos de que o problema com a canalizacao já está solucionado e que portanto tudo volta á mesma, os cogumelos já nao afloram na sanita e o banho semanal está novamente assegurado.


Este é o monumento mais próximo de nossa casa. É a Torre da Televisao e é visível de quase qualquer ponto da cidade.



Á noite é assim...


Eis a nossa alegre casinha. Sobrevivemos no último piso do número 13 da ulice Hussitská. A janela do meu quarto é a quarta a contar da direita do prédio cinzento.


Desta vez vamos pelas escadas... Mas também há elevador...


Facam favor de entrar nesta santa casa de deus. Acendemos todos os dias uma velinha e experimentamos devotos o amor e paz de jesus dentro de nós...


A vista da cozinha.


Eis duas das criaturas que habitam neste lugarejo. Eu e o Uli a posar para a posteridade.


Enquanto nao há frigorífico, soluciona-se as mais básicas necessidades com o que se pode...


Ainda na casa-de-banho (a famosa "Green Marble Bathroom"), com o Jakub em primeiro plano, e depois do atentado do Arthur ás lindíssimas paredes de mármore verde.


O Quarto do Uli ("La stanza del Uli")


Pormenor da cozinha na Festa de Abertura ("Empty Flat Party"). A Cristiana de Coimbra aparece de costas.


O Bar mesmo ao lado do nosso Lar.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Freiburg














Erasmus, 3 semanas em Freiburg


Hoje é, sem dúvida, o meu pior dia desde que cheguei, estou com uma ressaca que não se pode, nunca me tinha sentido assim: estou letárgico, enjoado, só consegui comer um iogurte (e a muito custo) e não imaginam a preparação psicológica necessária para me sentar ao computador e escrever no blog... Vodka polaco e tinto italiano é demais para um fraco estômago português.
Mas, falando de coisas boas, estas 3 últimas semanas têm sido fantásticas: muitas festas, pessoas de todo o mundo, uma confusão de línguas no meu cérebro, aventuras culinárias e, principalmente, sem rotinas, acordo sempre sem saber o que vou fazer nesse dia.
Freiburg é uma cidade universitária, não muito grande, talvez um pouco maior que Coimbra, mas bastante cosmopolita, o que eu não esperava, e que se deve provavelmente aos inúmeros estudantes estrangeiros que tem. É muito bonita, muito agradável, muito verde, muito limpa (até tem a fama de ser a cidade mais ecológica da Alemanha), tem um centro histórico com edifícios muito bonitos, tipicamente alemães e depois é circundada por montanhas (nomeadamente a Schlossberg), que velam pela cidade e lhe conferem um ambiente especial, em algumas zonas quase rural.
Eu estou a viver na maior residência de estudantes de Freiburg, a StuSie, a 5 minutos (no S-Bahn, o metro de superfície) do centro da cidade, que é um complexo com vários edifícios, situada no Seepark, o parque do lago, relvado, muito bonito, com inúmeros campos polidesportivos e um restaurante que se chama, imaginem, "Lago". A melhor parte da StuSie é o Rio bar, um bar muito agradável durante o dia, e muito movimentado durante a noite. O meu quarto é bom, espaçoso, não muito limpo de momento, com kitchenette e casa de banho só para mim. Aqui fica a minha morada: Sundgauallee, 10-03-11, 79110 Freiburg im Breisgau.
Nas primeiras 2 semanas não tive aulas, tive só um curso de alemão, por isso só tive que conciliar festa com festa e com um curso de alemão todas as manhãs, o que também não era assim tão difícil, porque aqui a noite começa realmente muito cedo (na última 4a feira vi uma fila enorme para entrar numa discoteca às 21.30(!) - é verdade, não é só publicidade). Nesta última semana já se tornou mais difícil, com aulas na Uni-Klinikum (é o nome do hospital da universidade), o que não me impediu de sair à noite, embora não até tão tarde. Ainda não conheci muitos sítios para sair à noite no centro de Freiburg, tenho andado mais pelo Rio bar e pelas residências, em jantares e festas Erasmus, e tenho gostado e bebido muito.
Tenho conhecido tantas pessoas, e de tantos países, e é disso que eu mais estou a gostar, do contacto com diferentes culturas, com diferentes línguas. Ando a esforçar-me por aprender alemão, mas acho que tenho treinado mais inglês, espanhol e italiano do que propriamente alemão. Até já sei algumas palavras em polaco e em grego! Portugueses aqui é que há poucos, ainda só conheci um (para além do Danicha, natürlich), embora já me tenham dito que há para aí mais alguns, algures em Gewerbgebiethaid, a ouvir fado, a comer bacalhau e, claro, a ver o Benfica. O que é muito engraçado, e que me surpreendeu, é o número de pessoas que sabem falar português. Já encontrei muita gente que é capaz de manter uma conversa em português, o que é muito bom para o meu orgulho lusitano.
Durante o dia tenho tido sempre que fazer, ou aulas, ou kaffee, até já fui ver o Freiburg SC ao estádio! Era um jogo de grande cartaz, entre os 2 últimos classificados da 2a divisão alemã, mas mesmo assim com 11000 espectadores! O Freiburg ganhou e com um português, o Cafu, que jogava no Boavista. Também tenho cozinhado bastante e quando cozinho só para mim, vocês já devem estar a imaginar, toda a minha criatividade culinária se liberta e crio majestosas mistelas nas quais tenho muito orgulho! Tenho feito cozidos, sopas (elogiadas um pouco por todo o mundo), esparguetes e não posso fazer mais porque só tenho um tacho (não tinha noção que os tachos eram tão caros...). O único senão destas semanas é a ausência de viagens. Tenho estado sempre em Freiburg, já conheço razoavelmente a cidade, mas tenho de sair... Hoje seria um bom dia para isso, houve pessoal, incluindo o Danicha, que foi à Schlossberg, mas, no estado em que estou, Schlossberg, Carlsberg... tudo isso me enjoa.
Nesta primeira semana de aulas tive Oftalmologia (Augenheilkunde) e estou a gostar bastante: os professores têm sido superacessíveis e nas práticas, como estou só eu com o professor, explicam-me as coisas em inglês, o que me tem permitido aprender. Os colegas alemães têm também ajudado muito, têm sido muito simpáticos e prestáveis. Nota-se também que o curso aqui é muito mais prático, as aulas práticas são realmente práticas. As teórico-práticas é que não me servem de muito, só consigo perceber de que estão a falar, mais nada. Acabo oftalmologia esta semana e na 6a tenho logo exame prático, que não faço ideia como será, mas dizem que não é muito difícil. Do que eu não estou a gostar muito aqui é da sobreposição de horários. Ainda só fui a uma teórica porque as aulas coincidem com teórico-práticas e até já me disseram que eu faltei a teóricas obrigatórias, das quais eu não sabia da existência. Ainda não tenho nada orientado, começo a ficar com a ideia de que não vai ser fácil, e então se tiver de fazer tudo em alemão... Mas as coisas vão-se resolver, tenho de me informar de tudo isso esta semana e contar com a ajuda de S. Erasmus...
Acho que não há muito mais para contar, ainda assim penso que ficaram com uma ideia de como têm sido estas últimas semanas. Vão dizendo coisas para o mail, vemo-nos também no messenger, embora eu agora não tenha tanta disponibilidade para ir lá, porque de cada vez que lá entro fico 2/3 horas e agora com aulas...

Tschüs, viele gruesse aus Deutschland

P.S.- Estou melhor da ressaca, escrever isto ajudou bastante! Agora vou ver se já consigo comer... Acho que um peixinho cozido é capaz de não ser mau.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Problema Doméstico; Home Problem; Domáci Problém

Dobrý den!
E por fim o sonho acabou e tudo comeca a correr mal. O primeiro dos azares domésticos tem-se revelado uma autěntica dor de cabeca: a canalizacao. Após a gala de inauguracao de sábado, eis que senao, o nosso lava-loica (que em inglěs se diz sink) entupiu e era esperar horas para escorrer a água da loica lavada. Pois eu, armado em canalizador (plumber, em ingles) resolvi ir ao super-mercado (tesco, em checo) comprar (buy, kupovat) um desentupidor (zvon, diz a etiqueta checa; sucker, chamamos-lhe nós em inglěs) para arranjar aquele embróglio (oh, shit; to je katastrofa). Pior emenda que o soneto (sem traducao possível...): quando tudo estava a correr bem e o lava-loica parecia quase perfeito (perfektní), deu-se-me na ideia espreitar a casa-de-banho (green marble bathroom) e era o terror na banheira - um dilúvio de água negra (dark water; černa voda) marinando restos de tomate (tomato; rajče), cebola (onion; cibule), espinafre (spinach; špenat) que boiavam ó de cima (nahoře) sobre uma superfície de azeite (olive oil; olivový olej). O panico - e eu sozinho em casa.... Entretanto descobri que um dos canos (pipe, em inglěs) rebentara bem junto á parede do meu quarto (bedroom; pokoj) e que vao ter de deitar tudo abaixo... Claro que perante tal aflicao, nao pude deixar de ir a uma festa brasileira para levantar os animos (caipirinha) e esquecer a merda (shit; kurva) de vida (life; život) que tenho (im in; že mám)!

segunda-feira, outubro 16, 2006

Praga é uma Festa!

Pois cá estou eu uma vez mais, directamente de uma sala perdida por praga onde é possível o acesso á internet. Quanto a novidades tenho a dizer que a festa de abertura do nosso apartamento foi um autěntico sucesso; era o mundo lá dentro, desde o Japao á Venezuela, passando pela Polónia, Irlanda, Suécia, Áustria, Bélgica, Inglaterra, Itália, Portugal, e um forte contingente alemáo e francěs. Foi mesmo uma das noites mais fascinantes que já vivi. Entretanto, há a referir que vivo neste momento em profunda devocáo pela cidade. É, no mínimo, arrepiante haver esta necessidade constante de cruzar a imponencia das ruas de Praga. É uma exigěncia desta cidade: vivě-la como se estivéssemos num sonho, descobrir um novo recanto ainda mais encantatório, adivinhar mais um vício peculiar dos habitantes, conhecer mais uma palavra impronunciável, combinar mais um encontro com alguém que conhecemos há menos de 5 minutos. E um dos meus maiores receios, tem sido até entáo dos meus maiores prazeres: a vida numa capital. É certo que, como já disse, as distáncias entre os vários locais nada těm a ver com a dimensáo de Faro ou Coimbra. Mas o que é facto é que se torna agradável andar de eléctrico pelo centro de Praga, levantarmo-nos para uma idosa se sentar e trocar breves palavras no meu checo arcaico, ser abordado na rua como o mais simples ou escandaloso convite ou sugestáo. E na verdade, é até comum ir na rua, encontrar alguém conhecido e por isso alterar todos os planos que tinha para esse dia. É essa incógnita constante que tem sido surpreendentemente nova e prazenteira.
Para justificar o que digo, aqui ficam algumas provas...





segunda-feira, outubro 09, 2006

Munique, Oktoberfest

Ao fim de uma semana na Alemanha, vou estrear-me neste blog...
Vou falar do início, Munique - Chegámos a Munique de manhã e, sem saber bem como, conseguimos chegar à Hauptbahnhof (a estação principal). Deixámos as bagagens num cacifo na estação (o que não foi nada fácil, aquilo são "sete alemães a um cacifo") e passámos o resto da manhã e a tarde a ver a cidade, o que, aliás, valeu bem a pena, porque Munique é tudo aquilo que eu imaginava numa cidade alemã: com edifícios muito típicos, limpa e, embora apenas nesta altura (penso eu), repleta de alemãs vestidas com o traje típico da Baviera (que não lhes ficava nada mal, diga-se).
Depois, lá para as 19, finalmente a Oktoberfest... A minha opinião sobre a Oktoberfest é contraditória. Eu achei a festa fantástica, tanto pela dimensão que tem (eu arrisco o equivalente a 5 ou 6 Queimas; e não percebo como é possível que na Queima se beba mais, tendo em conta que lá está tanta gente e, acreditem, tão bêbeda), como principalmente pelo ambiente de festa que lá se vive, mas o tempo que eu lá passei não me agradou particularmente: sentíamo-nos deslocados, éramos só dois, não percebíamos nada do que eles diziam, estávamos cansados, chegámos provavelmente também tarde demais, não conseguimos entrar nas tendas grandes, bebemos só uma cerveja... não sei bem porquê, mas não correspondeu às minhas expectativas. Depois fomos dormir para a estação. A estadia na estação foi uma experiência, no mínimo, diferente, aquilo era um autêntico campo de refugiados da Oktoberfest, uma em cada duas pessoas andava a cambalear... Depois apanhámos o comboio para Freiburg, com duas escalas pelo meio, e aí tudo correu normalmente.
Não foi um dia divertido, foi mesmo muito cansativo, mas foi um dia de que eu não me esquecerei tão cedo.

Viele Gruesse aus Deutschland

domingo, outubro 08, 2006

Uma semana depois

Agora que parei num cyber-café já tenho tempo suficiente para dissertar extensivamente sobre estes primeiros dias de praga. Em primeiro, quero informar de que arranjei um apartamento, pelo que há espačo mais que suficiente para quem queira visitar-me. Se quiserem fazer-me uma surpresa, aparečam na Rua (Ulice) Hussitská 13/853, Žižkov, 13000 Praha 3. Náo temos mobília, pelo que passo a vida no ikea em busca do mais barato para dar ares de sobrevivěncia ao espačo. Mas temos uma casa-de-banho em mármore verde com uma banheira que é o meu orgulho mais recente. Daqui a sete dias será a festa de inauguračáo. Aproveitamos o facto de náo ter nada dentro para que nada se possa partir ou estragar. É um novo conceito avant-guarde, a nočáo de niilismo levada a um extremo absoluto... A ver vamos...
Quanto ao resto, estes primeiros dias těm sido bastante calmos. Vagueio alheado por Praga, combino um encontro com este ou com aquele, marco um café para conversar um pouco ou trato de burocracias. Receio que o ambiente erasmus em Praga seja relativamente diferente do que o que se pode atingir quando em sítios pequenos como Coimbra. A dimensáo da cidade implica também a fugacidade dos encontros e a celeridade do tempo. Tudo é longe..
Deste modo, penso que irei usufruir deste meu ano erasmus de um modo pouco convencional. Tenho bastante tempo livre (pelo menos, é essa a primeira impressáo), a avaliačáo na faculdade assemelha-se bastante simples e fácil (o meu primeiro exame é já esta semana; e assim se despacha oftalmologia),... Penso utilizá-lo mais em aprofundar capacidades e competěncias do que em festas e ressacas. Tenho-me esforčado por conhecer o máximo de checos e da sua cultura; estou inscrito no curso intermédio de checo da minha faculdade; conheci a famosa Verónica, ex-erasmus em coimbra que fala um portuguěs absolutamente brilhante e que me propos um encontro regular para ela falar portuguěs e eu checo; quero definitivamente aprender a cozinhar e a tocar ukulélé;... Mas fica a nota de que hoje, o dia em que escrevo isto, estou na verdade sobre o efeito de uma severa ressaca das 3 noites passadas. É o clássico!
Foi aliás essa minha vontade de conhecer a fundo um novo país que me fez mover de Hostivař (a residěncia de estudantes) para o centro da cidade. Reflecti e pensei que Hostivař é algo universal e repetível, náo tem a singularidade de uma cidade como Praga. Hostivař existe aqui, mas também em Paris, Berlim, Atenas ou Brancanes. Quis poder deitar-me e sentir que estou no centro da Europa, que lá fora, á distáncia de um rol de degraus (e náo a 45 minutos de eléectrico), está a cidade que escolhi para este ano. Certamente vou perder o ambiente dos corredores, as festas de que se fala tanto e de que eu tambéem tanto gosto, a pluralidade de načoes que teria em Hostivař. É escolher entre a máo esquerda e a direita quando se gosta igual de ambas. É, agora, também a necessidade de justificar uma escolha que náo foi fácil nem emocional; foi uma soma de razoes que se me pareceram plausíveis. Espero, siceramente, náo me arrepender.
Hoje será a primeira noite na nova morada. Um colcháo e saco-cama serve¨m para sobreviver nestes primeiros dias. Nos próximos que viráo, as feiras e lojas de segunda-máo váo poder contar comigo como presenča habitual.
Por hoje, konec!
Marta (a única pessoa que segue este blog), por favor, vai divulgando-o. Gostava de ler comentários, saber o que se passa por Coimbra, e o blog seja talvez o modo mais fácil.
A todos, o meu grande bem-haja!